terça-feira, 11 de dezembro de 2018

“É como heroína”. Cada vez mais crianças internadas por dependência do Fortnite

martijnvandalen - Flickr

Artigo de zap.aeiou.pt, publicado em 6 de dezembro de 2018.

O jogo electrónico Fortnite está a tornar crianças de 6 anos mais “agressivas e violentas”. O alerta surge no Reino Unido, numa altura em que aumenta o número de jovens internados devido a problemas de adição a este jogo online.
No Reino Unido, várias Escolas Primárias estão a enviar alertas aos pais e a reunir com eles para os alertar sobre os perigos que o Fortnite representa para os seus filhos.
Este jogo online está recomendado para faixas etárias superiores a 12 anos, mas é jogado por muitas crianças com idades inferiores. Além disso, também é um sucesso entre adultos.
O jogo consiste em realizar batalhas online com outros jogadores, num mundo apocalíptico, com o objectivo de ser o único sobrevivente. O download do jogo é gratuito, mas podem comprar-se adereços para as personagens, como armas e fatos.
Lançado em 2017, o jogo tem, actualmente, mais de 200 milhões de jogadoresem todo o mundo, sendo um negócio multimilionário para a empresa que o criou, a norte-americana Epic Games.
Para quem o joga, pode revelar-se um vício ao nível das drogas pesadas e há cada vez mais adolescentes internados por terem uma adição ao Fortnite.
“Este jogo é como heroína”, sustenta a especialista comportamental britânica, Lorraine Marer, que trabalha com crianças com adições a jogos, em declarações divulgadas pelo Independent.
“Logo que se fica viciado, é difícil largar”, nota Lorraine Marer. O problema é que as sensações criadas na prática do jogo envolvem os sistemas de dopamina do cérebro, que libertam químicos aditivos semelhantes aos que estão envolvidos na dependência de drogas.
Por outro lado, há também que evidenciar o problema da exposição de crianças muito jovens a “agressão e violência”, como nota a directora de uma Escola Primária britânica, Debbie Innes, no Telegraph. “Para crianças mais novas é difícil distinguir entre o jogo e a vida real”, sublinha.
Debbie Innes repara que, na sua escola, há uma clara associação entre o Fortnite e a degradação da atitude de algumas crianças que manifestam um “comportamento agressivo e linguagem que ouviram online“.
Também há relatos do aumento de situações de cyberbullying devido ao jogo.
Mas o problema não abrange apenas os mais novos, estendendo-se ao universo dos adultos. Há estudos que indicam que o Fortnite é a causa de muitos divórcios, e a principal Liga de Basebol dos EUA também se debate com casos de atletas com problemas físicos, nomeadamente nos pulsos, devido ao vício no jogo.

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