quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Conferência Crianças e Jovens Portugueses no Contexto Digital

 A Conferência "Crianças e Jovens Portugueses no Contexto Digital" acontece no dia 28 de fevereiro das 9h às 18h, na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa - Campus de Campolide (https://goo.gl/maps/7Sq4eBmF1nR2). Informa-se que não há estacionamento no local e que a estação de metro mais próxima é a São Sebastião (https://goo.gl/maps/QMdXcBL1aCm).

A sugestão para a hora do almoço é a cantina da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, que fica dentro do Campus. Existem outras opções de restaurantes próximos, que podem ser consultadas aqui: https://goo.gl/maps/taZhRFaqz7p

Se alguém não puder estar presente ( a presença está sujeita a inscrição), informa-se que a conferência terá transmissão ao vivo via streaming, através do link: https://www.youtube.com/watch?v=q3auP5YVI5I&feature=youtu.be

programa completo da conferência e outras informações podem ser consultadas no  site: www.fcsh.unl.pt/eukidsonline







segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Como usam a Internet as crianças e jovens portugueses?

Eles e elas, entre os 9 e os 17 anos, navegam mais na Internet do que há quatro ou oito anos. A mudança deve-se ao uso de smartphones. Que uso fazem e que riscos correm foram algumas das perguntas do inquérito EU Kids Online, levado a cabo junto de cerca de 2000 alunos por uma equipa da Universidade Nova de Lisboa. 

Artigo publicado no Público em 23 de fevereiro de 2019

Fonte: EU Kids Online
Ilustração: José Alves
Texto: Bárbara Wong e Célia Rodrigues






Crianças e jovens já pedem aos pais para retirar dados pessoais da Net

Inquérito - Rede europeia "EU Kids Online"abrange 33 países
Crianças e jovens mostram-se críticos em relação à partilha online de conteúdos pessoais sem o seu consentimento, segundo um inquérito sobre o uso da internet.
Notícia publicada no JN em 23 de fevereiro de 2019
Foto : DR
 Segundo o relatório "EU Kids Online Portugal" de 2018, divulgado este sábado, que analisa os "usos, competências, riscos e mediações da internet reportados por crianças e jovens", há uma atitude crítica proativa dos mais novos em relação ao"sharenting", a partilha de conteúdos pessoais na internet por pais, amigos e até professores sem consentimento dos visados.


Num universo de mais de 1800 respostas de crianças e jovens entre os 9 e os 17 anos sobre este tema, 28% mencionaram que os pais publicaram textos, vídeos ou imagens sobre eles sem lhes perguntarem se estavam de acordo.

De acordo com o relatório, "14% pediram aos pais para retirar esses conteúdos", sendo que essa situação "é referida por quase um quinto das raparigas entre os 13 e os 17 anos".

O documento aponta ainda que 13% dos inquiridos reportaram ficar incomodados com a partilha sem consentimento de informação pessoal, sendo que essa partilha partiu de professores em 7% dos casos.

Segundo o relatório, "6% registam ter recebido mensagens negativas ou ofensivas por causa de conteúdos sobre si publicados pelos pais", sendo que "os rapazes reportam praticamente o dobro do que as raparigas"
.
"A partilha de conteúdos por parte de amigos sem que o próprio dê consentimento é uma prática que também caracteriza a relação de amizade: 25% assinalam que os amigos publicaram coisas sobre si sem lhes perguntarem primeiro se estavam de acordo, com diferenças significativas por idade e género. Essa prática é mais referida nos 13-17 anos e mais por raparigas (36%) do que por rapazes (28%)", acrescenta-se.

Em termos globais, a percentagem passou de 7% dos inquiridos em 2010, 10% em 2014 para 23% em 2018. Mas é na faixa etária entre os 9 e os 10 anos que o crescimento é mais expressivo: dos 2% em 2010 para os 3% 2014 e daí para os 25% em 2018.O documento revela igualmente que em relação a estudos anteriores - o inquérito já tinha tido edições em 2010 e 2014 - mais do que duplicou a percentagem de crianças e jovens se afirmam ter sentido perturbados com a exposição a conteúdos negativos.

O inquérito procurou aferir a sensação de dano colocando uma questão genérica sobre se no último ano tinha acontecido alguma coisa online que tivesse incomodado de alguma maneira, provocando medo ou desconforto. Essa pergunta antecedeu outras questões sobre "bullying" (violência entre pares), "sexting" (envio de mensagens de cariz sexual), pornografia e outros riscos, explica-se no relatório.

"23% das crianças e jovens portugueses de 9-17 anos reportaram ter tido situações que incomodaram na internet no último ano", refere o relatório.

"Cerca de três quartos dos que experienciaram danos indicam que essas situações negativas aconteceram algumas vezes no último ano. Contudo, 23% dos mais novos (9-10 anos) apontam ter tido situações que os incomodaram todas as semanas ou mais", adianta o documento.

A rede de apoio preferencial para falar sobre as experiências negativas online são os amigos (42%) e os pais (33%). Irmãos e irmãs são opção para 13% dos casos e apenas 5% reportam ter falado com professores, sendo que 22% não falou com ninguém.

A solução para lidar com o incómodo causado pela exposição a conteúdos negativos passou por ações proativas, como bloquear o contacto da pessoa na origem do incómodo, ou passivas, como simplesmente esperar que o problema desaparecesse por si, ambas opção em 33% dos casos reportados.

"No seu conjunto, estes valores mais do que duplicaram em relação a 2010 e 2014", constata-se, precisando ainda o relatório que "para 29% dos inquiridos o 'bullying' ocorre com bastante ou muita frequência, tanto 'online' como 'offline'", e que "o 'bullying' através de meios tecnológicos predomina sobre o 'bullying' cara a cara".Sobre "bullying", o relatório indica que o fenómeno está em crescimento: "em 2018, 24% das crianças e jovens portugueses reportaram terem sido vítimas de 'bullying' 'offline' e 'online' no último ano".

"Uma em cada seis crianças e jovens que experienciaram 'ciberbullying' (16%) teve de fazer coisas que não queria fazer", adianta o documento, que acrescenta dados sobre a perspetiva do agressor.

"Cerca de 17% reportam ter tido comportamentos de 'bullying' para com rapazes e raparigas no último ano. A percentagem cresce com a idade e é mais elevada entre rapazes do que entre raparigas", lê-se no documento.

A rede europeia "EU Kids Online", que abrange 33 países e se dedica a estudar a segurança na internet para crianças e jovens, é a responsável pelo estudo aplicado em vários países europeus, incluindo Portugal, onde a pesquisa foi coordenada pela professora e investigadora da Universidade Nova de Lisboa Cristina Ponte, que contou com o apoio logístico da Direção-Geral de Educação.

"Aplicado em escolas públicas e privadas, [o inquérito] foi respondido por uma amostra nacional (incluindo Madeira e Açores) composta por 1.974 rapazes e raparigas de 9 a 17 anos, em regime de autopreenchimento em salas equipadas com meios digitais (preenchimento assistido por computador, CAPI)", explica a nota metodológica, referindo que as questões obrigatórias do inquérito foram aplicadas a toda a amostra, mas as que constituíam os dois módulos opcionais inquiridos em Portugal - Cidadania Digital e Internet das Coisas - apenas foram respondidas pelos maiores de 11 anos.

"As 1.974 crianças e jovens (9-17 anos) que responderam a este questionário distribuem-se igualmente por género e o grupo etário dos 13-17 anos constitui 62% da amostra", refere o relatório sobre o inquérito aplicado no primeiro semestre de 2018 nas escolas.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O que incomoda crianças na internet e como as capacitar para lidar com riscos?

 Artigo publicado em 5 de fevereiro de 2019 por tek.sapo.pt

Os riscos existem na internet mas também nas relações interpessoais. O estudo EU Kids Online questionou as crianças sobre quais são as situações que elas sentem como incómodo e ameaças e a investigadora Cristina Ponte explica os resultados.




Por Cristina Ponte (*)
Em 2010, uma pergunta aberta do questionário EU Kids Online - que as coisas na internet incomodam pessoas da tua idade – foi feita antes de crianças (9-16 anos) responderem a perguntas específicas sobre quatro riscos online que estavam na agenda pública e que muito preocupam os adultos: pornografia, sexting, encontro com estranhos e bullying.
 As respostas dadas por mais de nove mil crianças europeias nos seus próprios idiomas foram depois tratadas de acordo com a tipologia de riscos que distingue: riscos de conteúdo – acesso a conteúdos produzidos e difundidos de modo massivo na rede; riscos de contacto, a sua participação em contactos online iniciados por adultos; e riscos de conduta, que consideram a criança como perpetrador ou vítima de comunicação entre pares.
A análise temática das respostas abertas das crianças identificou três pontos principais: 1) uma diversidade considerável de riscos online; 2) a natureza subtil das circunstâncias que ocasionam tais riscos (da busca deliberada de situações de risco à exposição acidental a eles); e 3) a relevância de conteúdos violentos.As situações de incómodo mais relatadas nessas respostas abertas foram relacionadas, de longe, com riscos de conteúdo, mais de metade (55 por cento) de todas as referências. O risco de condutas de pessoas da sua idade contou com perto de um quinto (19 por cento) de respostas e os riscos de contato contabilizaram 14 por cento das respostas, com o grupo remanescente de respostas a incidir sobretudo em problemas de ordem técnica, como vírus. Assim, o “quadro geral” dado pelas crianças nas suas próprias palavras sobre coisas que incomodavam as pessoas de sua idade enfatizava não apenas conteúdos, mas também situações comunicativas, particularmente as geradas por pessoas da sua idade.
Referências específicas a pornografia (22 por cento), Cyberbullying (19 por cento) e Conteúdo Violento (18 por cento) estavam no topo das avaliações das crianças. A prioridade dada ao conteúdo violento distinguiu-se na medida em que esta situação tinha recebido menos atenção do que riscos como exposição a conteúdo sexual ou bullying nas campanhas públicas de conscientização para os riscos, realizadas junto de crianças.

Referências a outros conteúdos on-line que incomodavam crianças, embora relativamente baixas em número, incluíam suicídio ou anorexia/bulimia (235 referências), conteúdos racistas (117), conteúdos com mensagens de ódio (61) e de persuasão ideológica, religiosa ou fundamentalista (25). Assim, além de conteúdos também disponíveis em canais de TV para adultos ou tarde da noite, como pornografia, as crianças também reportaram ficar incomodadas com conteúdos gerados por outros utilizadores e que circulam na internet, sobretudo nas redes sociais e fóruns de debate.

Em constante atualização

Na origem da internet, que este ano faz meio século, estava uma rede fechada, publicamente financiada e orientada para a comunicação especializada. Contudo, a partir da década de 1990, a internet tornou-se um "espaço profundamente comercializado e cada vez mais usado para a conduta da própria vida social", como referem os sociólogos dos média Nick Couldry e Andreas Hepp (2017). O atual processo de digitalização de dados individuais, transformados em big data e com poderoso valor comercial, é possível pela diversificação dos dispositivos digitais, a sua convergência, omnipresença crescente, um ritmo acelerado de inovação e um crescente e conectado processo de comunicação. Todas estas dimensões têm impacto nas formas como gerações de utilizadores se incorporam no ambiente mediático. O papel de liderança dos jovens nos processos de experimentar e de (re) criar oportunidades digitais é amplamente reconhecido desde a nova linguagem das mensagens escritas que introduziram.

 Desde 2010, quando foi feito o inquérito europeu a crianças e jovens (9-16 anos) de 25 países, o processo de apropriação social dos meios digitais mudou profundamente em termos de acesso aos meios e aos seus conteúdos, alimentado por inovações técnicas, mercados e indústrias. O aparecimento de tablets e a consolidação de smartphones, a sua portabilidade, posse individual e acessibilidade online pela redução de custos destes aparelhos e pelas políticas de fidelização das empresas de telecomunicação, a profusão de aplicações e de novos dispositivos digitais a Internet das Coisas, entre outros aspetos, fizeram com que em menos de uma década os computadores perdessem a sua relevância como principais portas de entrada na internet.

Esse processo também mudou em termos de práticas sociais e culturais, com novos grupos de utilizadores: crianças que cresceram em lares digitais, pais que educam os filhos nesses lares e que não têm como referência a sua própria infância. Pressões para se estar ligado e para se expor e se apresentar convenientemente aos outros, fazendo rever conceitos de privacidade, de vigilância e monitorização. Os ambientes digitais estão sujeitos a processos de mudança rápidos e contínuos, que incluem o crescente papel da comunicação móvel, de novos dispositivos técnicos, e de novos serviços ou aplicações, e de novos indivíduos e ambientes sociais.
Por tudo isto, importa conhecer de modo crítico o que são esses ambientes e que implicações têm nas famílias e nos seus membros de várias gerações, como é que a escola pode desempenhar um papel democratizador e promotor de competências digitais. É por isso que realizaremos no final deste mês de fevereiro, em Lisboa, a apresentação pública e discussão dos mais recentes resultados do inquérito EU Kids Online, realizado em Portugal junto de mais de 1970 crianças e jovens.

Leia o artigo na íntegra em
https://tek.sapo.pt/opiniao/artigos/o-que-incomoda-criancas-na-internet-e-como-as-capacitar-para-lidar-com-riscos


 (*) Professora Associada com Agregação/Coordenadora do Departamento de Ciências da Comunicação
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – NOVA FCSH

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Viu um conteúdo falso no Facebook que se tornou viral? Saiba como denunciá-lo




Artigo de João Tomé para o Dn Insider, publicado em 11 de fevereiro de 2019.


Há muita informação na internet e há quem, em busca de likes, invente ou manipule conteúdos para conquistar popularidade nas redes sociais. Mas há uma forma de denunciar, eventualmente, complicar a vida aos prevaricadores.

A internet é um lugar estranho. Somos inundados como nunca por informação, por factos vários e por conteúdos que depressa se tornam virais e partilhados por milhares de pessoas. Mas, nem tudo é verdade. Há quem faça missão de enganar o máximo número de pessoas, sem apelo nem agravo, nas redes sociais, onde é fácil partilhar conteúdos que nos pareceram interessantes.

Há formas de perceber se um conteúdo tem ou não potencial de ser falso e a maioria tem tudo a ver com o bom senso. A primeira lição passa por perceber qual a origem do conteúdo. Se for de um indivíduo sem historial relevante há mais riscos de poder não ser verdadeiro. Da mesma forma que as notícias que sejam de meios de que nunca ouviu falar e que nunca lhe deram motivos para confiar, podem também ser as chamadas fake news.

Esta semana um conteúdo de um tal Nuno Folgado tornou-se viral evidenciando uma foto de um ator da série Walking Dead, como se fosse um homem em Guimarães com perda de memória. O autor do post público tenta usar o sentido de solidariedade de outras pessoas para que partilhem um conteúdo que é, ele próprio, falso. Até ao momento já mais de 31 mil pessoas partilharam a informação.

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

As 12 coisas que precisa mesmo de apagar do seu Facebook



Com o passar dos anos, a quantidade de informações pessoais que ficam acumuladas nas redes sociais pode ser assustadora. Faça uma ‘limpeza’ ao seu Facebook. Saiba quais as 12 informações a retirar.

1. Data de aniversário
Se ao seu nome, juntar o seu endereço e ainda a sua data de nascimento, pode facilitar muito o trabalho de quem quer aceder à sua conta bancária e a outros detalhes pessoais.


2. Contacto telefónico | Ao disponibilizar o seu número de telemóvel na sua página do Facebook, está a correr alguns riscos. Pode ganhar um admirador educado ou, no pior dos cenários, pode ver a sua privacidade violada (por um stalker, por exemplo). 


3. Grande parte dos seus 'amigos' | Robin Dunbar, psicólogo, defende que cada ser humano consegue manter apenas 150 relações interpessoais estáveis. Acredita ainda que também apenas uma percentagem mínima dos amigos virtuais de cada utilizador será confiável e são poucos os que lhe vão demonstrar simpatia durante uma crise emocional. Apague os restantes da sua rede amigos virtuais, isso irá contribuir para uma interação online mais saudável.


4. Fotografias dos seus filhos ou de outras crianças da sua família | Defenda os interesses dos seus filhos. Pergunte-se sobre qual o tipo de informação que as crianças querem ver publicadas online, sobre si mesmas, no futuro.


5. A localização da escola dos seus filhos ou de outras crianças da sua família | A última coisa que quer é dar uma oportunidade para que um agressor sexual descubra qual a escola que o seu filho frequenta.


6. Serviços de localização | Em 2015, o TechCrunch, um website sobre tecnologia, afirma que 500 milhões de utilizadores acederam à sua página do Facebook exclusivamente através do seu smartphone, que dispõe de serviços de localização. Esse mesmo número de utilizadores potencialmente transmitiu a sua localização. Quer mesmo que todos saibam onde o podem encontrar?


7. O seu chefe | O Facebook é uma rede social onde as pessoas comunicam umas com as outras de uma forma, mais ou menos, informal. No mural de cada utilizador são publicadas fotos, partilhados vídeos e, por vezes, desabafos. Não se esqueça que, se não tomar as devidas providências, o seu chefe pode encontrar as suas publicações. Será que o seu superior pode ler as suas reclamações sobre o trabalho?

8. Pare de colocar a localização das suas publicações | Evite riscos e não divulgue o lugar onde tirou as suas fotos, vídeos e publicações. Por vezes, pode chegar a divulgar a sua morada, sem que seja essa a sua intenção, mesmo que coloque só a palavra "casa" no local destinado à localização da sua publicação.


9. O dia e o destino das suas férias | De acordo com o site financeiro This is Money, os turistas assaltados durante as suas férias podem correr o risco de não receber o montante do seguro, no caso de terem publicado o plano e o roteiro da sua viagem nas redes sociais.

10. O seu estado civil | Proteja a identidade do seu parceiro e a vossa privacidade. Pense que se voltar a ficar solteiro, alterar o estado civil na sua página do Facebook, pode ser algo doloroso.

11. Detalhes do seu cartão de crédito | Divulgar os dados do seu cartão de crédito no mural do seu Facebook não pode ser uma boa ideia, em nenhuma altura e em nenhum lugar do mundo. Apenas com alguns números qualquer pessoa pode fazer compras e transações online da sua conta bancária, deve por isso ser cuidadoso com os seus dados. Não publique fotos do seu cartão de crédito.


12. Fotografias do seu bilhete de avião | Não publique o seu cartão de embarque nas redes sociais. Evite expor as suas férias para o bem da sua privacidade e para evitar outros riscos. Já pensou que o código de barras do seu bilhete é único e através dele é possível aceder a informações exclusivas que forneceu à companhia aérea.


Fonte: DN Insider em 14 agosto 2018

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

PGR alerta que crianças praticam na Internet o que tecnicamente é crime

© PAULO NOVAIS - LUSA

Notícia publicada no Diário de Notícias em 5 de fevereiro de 2019.


Procuradora-geral da República diz que é preciso mais atenção sobre a interação das crianças com a internet.

As crianças que passam demasiado tempo na internet podem estar a praticar o que seria crime no caso de um adulto, alertou a Procuradoria-Geral da República, que lançou esta terça-feira um plano de prevenção e educação.

A procuradora-geral da República, Lucília Gago, disse aos jornalistas que esta é "uma área em expansão" a que os magistrados precisam de dar atenção e para isso vão ser formados para detetar casos em que crianças até aos 16 anos "não são imputáveis" apesar de cometerem "factos criminalmente relevantes".

No caso de crianças a que se aplicam medidas tutelares educativas, deve ser incluída "a educação para o direito", referiu a procuradora em declarações à margem do lançamento do Plano de Ação "Crianças e Crimes na Internet".

O responsável pelo gabinete cibercrime da Procuradoria, Pedro Verdelho, afirmou que, na conceção do Ministério Público, "as crianças continuam a ser vítimas", mas que a questão são "crianças que podem elas também praticar atos lesivos das outras pessoas".

Trata-se de atos que "se não fossem praticados por crianças, tecnicamente seriam crimes", como injúrias, ameaças, difamação e ameaças à integridade, um conjunto que se enquadra no ciberbullying.

"As crianças dominam a tecnologia, para o bem e para o mal" e é precisa "educação, antes de mais, na família e na escola", defendeu Pedro Verdelho.

O plano de ação lançado inclui formação para magistrados desde o verão até fevereiro do próximo ano e a produção de guiões para a investigação e para os tribunais de família e menores.

A responsável pelo gabinete da PGR para as crianças, Helena Gonçalves, reconheceu que a tendência atual não é atribuir sinais como abstinência escolar, isolamento ou queda inexplicável do rendimento escolar a consumos excessivos do 'online'.

Mas em situações em que são os dispositivos eletrónicos a ocupar espaço na família, casos de dependência da internet são uma realidade que "veio para ficar", garantiu.

Ansiedade, sintomas de abstinência, agressividade, distúrbios de sono são consequências desse comportamento, indicador de "uma dependência sem substância".

"O importante é não ignorar", afirmou.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Por Uma Internet Melhor? Para Quem?!



Artigo de opinião de Tito de Morais, publicado no site TEK, em 5 de fevereiro de 2019.


Segundo um estudo global publicado na primeira semana de Dezembro de 2018, a legislação Portuguesa sobre materiais de abuso sexual de crianças é das piores da União Europeia. Pior, só mesmo a Lituânia. E nos países que integram a CPLP, estamos ao nível de São Tomé e Príncipe. Pior só mesmo a Guiné Bissau e a Guiné Equatorial.


O International Centre for Missing & Exploited Children (ICMEC) publicou a 9ª edição do seu estudo longitudinal “Child Sexual Abuse Material: Model Legislation & Global Review”. Este avalia o desempenho de 196 países – entre os quais Portugal - com base nos 5 critérios recomendados na legislação modelo proposta pelo ICMEC, procurando verificar se:
  • existe legislação específica sobre material de abuso sexual de crianças;
  • a legislação fornece uma definição de material de abuso sexual de crianças;
  • a legislação criminaliza as ofensas no domínio do material de abuso sexual de crianças cometidas por via das tecnologias;
  • a legislação criminaliza a posse consciente de material de abuso sexual de crianças, independentemente da intenção de distribuir;
  • a legislação exige que os fornecedores de serviços Internet reportem suspeitas de material de abuso sexual de crianças a forças policiais ou outras especialmente mandatadas.

A legislação modelo proposta pelo ICMEC consiste ainda de 13 tópicos / provisões fundamentais que são essenciais para uma estratégia legislativa abrangente para combater o material de abuso sexual de crianças e divide-se em cinco partes: (1) Definições; (2) Ofensas; (3) Relatórios Obrigatórios; (4) Responsabilidade da Indústria; e (5) Penas e Sanções.

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Dia da Internet mais Segura: hoje o dia é dedicado à segurança e aos direitos humanos



Artigo publicado no site Sapo TEK, em 5 de fevereiro de 2019.


A data é assinalada um pouco por todo o mundo com atividades em mais de 140 países. Em Portugal o Centro Internet Segura coordena várias iniciativas, mas há atividades para todos os gostos distribuídas pelo país.

A data do Safer Internet Day, ou Dia da Internet mais segura, é assinalada todos o s anos a 5 de fevereiro com programas vários destinados à sensibilização para o tema da segurança, com um foco bastante marcado nas populações mais vulneráveis, especialmente as crianças mas também os séniores.

Este ano o tema escolhido é “Online pelos Direitos Humanos”, e uma das iniciativas centrais vai decorrer na Madeira, num evento aberto ao público no Funchal, na Reitoria da Universidade da Madeira. O programa tem apresentações e debates mas também a apresentação da peça de teatro “ID, A tua Marca na NET 2.0”.

Durante o evento, serão entregues os Prémios "Selos Segurança Digital”, que certificam as Escolas ou Agrupamentos escolares no âmbito da melhoria da segurança digital, e os prémios "Desafios SeguraNet”, que distinguem Escolas do ensino básico que respondem a vários desafios lançados ao longo do ano letivo sobre temas ligados à cidadania digital.

O Centro Internet Segura vai ainda divulgar os vencedores do Passatempo “#jovemMaiseguronanet”, que desafiou jovens a criarem cartazes originais que alertam para o uso responsável da internet.

A divugação de temas de segurança vai estender-se durante o mês de fevereiro e está ainda previsto o lançamento da série “Zig Zaga na Net”, um projeto de 30 episódios de conteúdo áudio sobre cidadania digital que será emitido na Rádio Online ZigZag. Este é uma nova ferramenta produzida pelo Centro Internet Segura da FCT em parceria com o Centro SeguraNet da DGE — Direção-Geral da Educação do Ministério da Educação, no contexto das suas atividades de prevenção para uso responsável da internet.

A DECO também se junta a este movimento e com a Google está a promover a segunda edição da campanha NET Viva e Segura que pretende ajudar os jovens a navegar online de forma mais segura. A linguagem é muito próxima da dos jovens e aborda os temas da privacidade, com conselhos e recomendações sobre as formas como podem proteger-se.

A próxima conferência Net Viva e segura realiza-se a 7 de fevereiro no Porto.

Hoje assinala-se o Dia da Internet mais Segura, mas ainda há muito desconhecimento e indiferença sobre os riscos e ameaças que estão à espreita durante a navegação online. Ao longo do dia, o SAPO TEK tem diversos artigos sobre a temática, entre os comportamentos dos portugueses, dicas para aumentar a segurança online e diversos relatos de especialistas. Acompanhe todos os artigos sobre o Dia da Internet mas Segura aqui.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Os ecrãs impedem os jovens de desenvolver empatia. E as sociedades tornam-se "brutais"

Photo by Steinar Engeland on Unsplash


Artigo de Alexandra Prado Coelho para o Público, publicado em 2 de Fevereiro de 2019.

A resiliência constrói-se. Num ambiente de segurança, o cérebro de alguém que sofreu um trauma regenera-se “muito mais rapidamente do que imaginamos”. Mas, atenção, avisa o psiquiatra Boris Cyrulnik, uma criança que cresce a olhar para ecrãs não consegue desenvolver empatia.


A nossa capacidade de resistência à adversidade – a chamada resiliência – não está inscrita nos genes. Não nascemos com uma determinada predisposição, antes somos moldados pelo ambiente desde o útero materno e pela vida fora, e é isso que nos torna mais ou menos resilientes.

O defensor desta ideia, o neuropsiquiatra francês Boris Cyrulnik – que esteve em Portugal esta semana para fazer uma conferência na Noite das Ideias, iniciativa da Embaixada de França e do Instituto Francês, dia 31 de Janeiro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa – sabe do que fala. Ele próprio é um exemplo de resiliência e tornou-a o tema principal das suas pesquisas e do seu trabalho de toda a vida.

Hoje com 81 anos, este sobrevivente do Holocausto tem trabalhado com pessoas, sobretudo crianças e jovens, que passaram por situações traumáticas. “A resiliência”, diz, “é uma construção constante, é um fenómeno de desenvolvimento e nós desenvolvemo-nos o tempo todo, a nível biológico, psicológico, afectivo, social.” E acrescenta, com um sorriso de garoto: “Só paramos de nos desenvolver aos 120 anos. Depois disso, é possível, mas é difícil.”

Muito do processo de regeneração de um cérebro que sofreu um trauma passa pela segurança mas também pela empatia com os outros. Ora, actualmente, com a presença constante da tecnologia nas nossas vidas, é precisamente a capacidade de criação de empatia que começa a estar em risco. E que consequências isso tem para uma sociedade?

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