sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Pais fixados nos telemóveis? Na Alemanha já se afogaram 20 crianças

© José Carmo-Global Imagens


Artigo de Paula Sá, publicado no Diário de Notícias em 15 de agosto de 2018.


A Associação Alemão de Salva-Vidas (DLRG) - a maior organização do género no mundo, que agrega 40 mil salva-vidas voluntários em praias, lagos e costa da Alemanha - estabeleceu uma ligação entre o número de crianças em risco na água e a distração dos pais com os telemóveis.

"Pouquíssimos pais e avós estão a dar atenção ao conselho: quando os filhos e os netos estiverem na água, larguem o telemóvel", afirma Achim Wiese, porta-voz da DLRG. Diz ainda que as pessoas "tratam as piscinas como se fossem um jardim-de-infância e simplesmente não prestam atenção".

"No passado, pais e avós passavam mais tempo com seus filhos na piscina. Mas um número cada vez maior de pais está fixado nos seus smartphones e não olha para a esquerda ou para a direita, muito menos presta atenção em seus filhos ", diz Achim Wiese aos meios de comunicação alemães. "É triste que os pais se comportem de maneira tão negligente nos dias de hoje."

Entre as 300 pessoas que já se afogaram na Alemanha estão 20 crianças com menos de 15 anos e 40 mulheres jovens e homens com idades entre os 16 e os 25 anos. Só na semana passada, fizeram manchete na imprensa alemã vários afogamentos em todo o país, incluindo o de um menino de 7 anos que morreu numa piscina na cidade bávara de Marktredwitz.

As organizações como a DLRG também culpam o sistema escolar por não ter aulas de natação obrigatórias desde tenra idade, o que, aliado ao facto de as famílias terem horários incompatíveis com a ida dos filhos às piscinas, contribui para que muitas crianças na Alemanha não saibam nadar.

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